fim de tarde na tasca
sentado aqui ao canto da tasca
com um copo de tinto escorregando da mão
adormeço ao som das conversas
que se deitam fora entre amigos
lá fora o mundo está cravado
dessa injustiça humana
mas aqui tudo o que existe
são almas próximas no desengano
de mais um copo partilhado
o balcão cospe fogo em copos
e as colunas despejam palavras
de intervenção afectiva
os convivas conhecem-se já
e as zangas morrem rápidas
a política dissolve-se
os futebóis não se zangam
e as gargantas nunca secam
fecho os olhos lentamente
e desligo a cansada mente
o conforto invade-me o corpo
e o copo escorrega no chão
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