quinta-feira, 19 de julho de 2007

diário de um tasko-dependente, 3

agarro o vinho e fujo
esta vida que aqui levo é minha!
grito no desespero da lentidão
de quem se sente preso
antes da fuga

mas o dia é também meu
pois consigo com o néctar escapar
e a balbuciar coisas sem nexo
verto nos lábios a esperança
de um filme diferente, com final feliz
sem estrelas secundárias
a interromper o monólogo

sentado já na ressaca
da permanente secura de bêbedo
incendeio um cigarro
com a alma ainda em ferida
mas a cicatrizar
olho pelos cantos do fumo
e não vejo tristeza
a navegar perdida
adormeço e regresso
ao cais da partida

2 comentários:

Bottled (em português, Botelho) disse...

LINDO!!!!

PROFUNDO!!!!!

OS MEUS PARABÉNS!!!!

Hic Hic Hurra

Nota - Desculpem, vim por convite e entusiasmei-me ao deparar com poesia vínica ao mais alto nível.

Marquês disse...

Por sua Alteza Real, El-Rei D. Duarte II, devo confessar que à primeira vista pareceu-me que o nosso Zé tinha decidido individualizar-se do resto da Aldeia Lusitana e se dedicado em exclusivo à criação de um blogue para a sua única temática!
Muy Bueno.