Um postal do Norte
1. Os sons amassados: Quim Barreiros, Trio Eléctrico, grupos de baile e assombrosas cantigas de S. João - a amálgama necessária.
2. Os cheiros emaranhados: fumo de sardinhas que assam nos fogareiros e pedaços de entrecosto enloureirados, sobre os lancis e nos passeios; os manjericos empoleirados, os ramalhetes de alfazema com hortelã brava, que nos fazem passar no rosto e, volta e meia, um alho pôrro em arco estilizado;
3. Os toques: do "tu cá tu lá" dos martelinhos sempre com a frase "bom S. João", para dar sorte, na continuidade de um gesto ameno e típico;
4. Voltas e voltas: das Fontainhas aos Aliados, da Sé à Ribeira, da ponte Luís I a Gaia...
5. Os pontos iluminados nas margens do Douro, dentro do Douro, porque são barcos que passeiam e são rabelos que se mostram mesmo debaixo dos balõezinhos de papel que sobem tímidos na sua chama frágil e efémera, com medo do arraial de fogo que vai chegar e elevar o S. João até ao movimento silencioso da madrugada na foz.
Um abraço sanjoanino,
havanna